sexta-feira, 6 de agosto de 2010

"Ele".

Não sei porquê, nem mesmo como.Só notei tudo isso depois que te conheci...Seu olhar me mostrou o que o meu não reflete mais.Quando te olhei, vi turbilhões de sentimentos, conseguir perceber - embora de forma abstrata - muito amor dentro de você;Quanta ilusão! - logo pensei. Eu que já tinha deletado em mim todos sentimentos relacionados á qualquer forma de amor, já que depois de tanto sofrer decidi então, parar de amar! Na verdade não foi bem uma questão de decisão, eu simplesmente comecei a me fechar, fechar... e quando dei por mim já havia me perdido! Esse mundo dos sentimentos é mesmo assim, quando você desiste dele, ele já desistiu de você há muuito tempo.E foi assim.

Começamos a conversar, mas na realidade ninguém dizia nada de interessante e /ou produtivo, eu mal te ouvia. Ficava pensando por qual motivo você era daquele jeito, exatamente daquele jeito. De onde tinha tirado tanta paz? E como se tivesse lido meus pensamentos  - e eu por um momento achei até que tinha pensado alto -  Ele virou para mim e disse: "Eu sei, eu sinto! Esse seu lápis no olho é pra esconder todo sofrimento que você já viveu, e essa armadura em volta do seu coração é pra manter longe tudo que possa te fazer voar, tirar os pés do chão. Mas o que eu queria realmente te dizer, é que o bonito da vida é levar das pessoas só a paz que elas trazem, amar e sofrer mas manter sempre a esperança dentro de você, e assim o sofrimento acaba se rendendo e começa então, a virar amor".

Suas palavras embaralhadas, bagunçadas dentro de mim estão começando á fazer sentido.Não que eu já esteja pronta pra me entregar á alguém, mas hoje trago sua paz comigo, exatamente do jeito que você trouxe pra mim. Guardei também um pouco da esperança que me restava, pra passar os dias e esperar meu sofrimento então, mudar de idéia.

"E que assim seja, assim sempre será (...)"

ps: Descobri que "ele" não passava de uma miragem, de uma criação da minha própria mente, tentando me salvar...nem que seja pela última vez.

Caminho (...)

.              "Sei que ele vai me guiando; Guiando de mansinho; Pro caminho que eu quiser"

Me explicar?

A senhora me desculpe, mas no momento não tenho muita certeza. Quer dizer, eu sei quem eu era quando acordei hoje de manhã, mas já mudei uma porção de vezes desde que isso aconteceu. (...) Receio que não possa me explicar, dona Lagarta, porque é justamente aí que está o problema. Posso explicar uma porção de coisas, mas não posso explicar à mim mesma...

 
Alice in Wonderland - Lewis Carroll.